sábado, 16 de janeiro de 2010

Em cada conversão, qual a minha reação?

Texto: Lucas 15: 11-31



Esse foi um estudo que fiz há algum tempo atrás e gostaria de compartilhar com todos da net:



O pai acolheu o filho pródigo, porém o filho mais velho não se compadecia desse seu irmão arrependido. Atitude bela do pai a de acolher o filho perdido em sua casa novamente, independente do que ele possa ter aprontado. Ele não foi reprovador e preconceituoso como o seu irmão mais velho, mas o acolheu com amor e misericórdia. E nós? Como temos acolhido os que recebem a Jesus como Senhor e Salvador? E aqueles que se afastaram, e em seguida, retornam ao caminho do Senhor? O intuito dessa mensagem é que Precisamos acolher melhor os que vêm para Deus, independente do seu passado pecaminoso. E aqui, veremos alguns indícios que nos indicam se estamos semelhantes ao irmão mais velho, ou não.

1. NÃO SE ALEGRAR E NÃO QUERER PARTICIPAR DA CONVERSÃO (OU DO RETORNO) DE ALGUÉM – LC.15: 25-28

Se pudermos ler o versículo 28 percebemos que “O filho mais velho encheu-se de ira, e não quis entrar. Então seu pai saiu e insistiu com ele.”... Percebemos então que não havia felicidade no coração daquele filho em descobrir que o seu irmão estava vivo e que retornou são e salvo, nem muito menos saudades daquele que estava perdido, porém, achado. A Bíblia nos afirma que ele estava irado e mesmo sabendo que havia uma festa em comemoração ao seu irmão, se recusou a entrar (participar). Até o seu pai teve que insistir que ele entrasse na festa.

Será que muitas vezes não temos agido assim? Quando alguém é convencida pelo Espírito Santo e esse alguém se converte através do apelo feito no púlpito, temos nos alegrado com ela? Abraçamos essa pessoa? Cumprimentamos e declaramos a ela que essa foi “a melhor decisão que ela poderia ter tomado”? Ou ao invés disso, ficamos pensando coisas absurdas como: “esse não vai durar muito aqui na igreja”, ou “esse só aceitou por impulso”?

Se uma conversão inusitada ocorre? Qual tem sido o nosso comportamento? Se, por exemplo, um mendigo se converter, vamos para outra igreja vizinha, por que o odor dele nos “atrapalhar” de assistirmos os cultos na igreja, ou iremos levantar um grupo de pessoas para ajudá-lo a dar suporte na sua questão social, higiênica e espiritual? E os transexuais? Se um travesti se converter de seus maus caminhos, como nós iremos tratá-lo? Com preconceito (como o mundo já trata), ou com amor e misericórdia?

E aquelas pessoas que retornam aos caminhos do Senhor? Qual é o seu pensamento em relação a elas? Ou as suas declarações em relação aos que retornam são piores dos que se aqueles que se encontram com Deus pela primeira vez? A própria Bíblia nos declara em Romanos 12: 15 o seguinte: “Alegrem-se com os que se alegram; chorem com os que choram”... Temos feito isso, ou precisamos rever os nossos conceitos. Estamos contagiando essas pessoas com nossa alegria vinda de Cristo, ou “infectando-as” levando-as a viverem como eram no passado. Estamos sendo a pedra de tropeço destes citados, ou sendo co-participantes da alegria do Pai?

2. TEM UMA VISÃO ERRADA DE QUEM É O SEU PAI – LC. 15: 29

Além do filho não ter participado da festa, ele ainda disse coisas que demonstrava que não conhecia o pai que tinha. No versículo 29 nos fala o seguinte:

... ele respondeu ao seu pai: ‘Olha! todos esses anos tenho trabalhado como um escravo ao teu serviço e nunca desobedeci às tuas ordens. Mas nunca me deste um cabrito para eu festejar com os meus amigos... ’”

Vai eu responder ao meu pai na minha infância! No mínimo, ficaria de castigo sem sair pra brincar por uma semana! Mas no texto mostra que ele não apenas respondeu, mas que se sentia um escravo de seu pai. Ele na conhecia o pai que tinha. E nós? Conhecemos a Deus como?

Muitas das vezes, estamos dentro da igreja com uma visão muito oportunista e gananciosa e “escravocrata” de Deus; não que Cristo tenha passado isso para o cristão, mas porque o cristão acaba trazendo alguns “chavões” mundanos para dentro da igreja, como por exemplo: “faça por merecer”, ou “me faça confiar em você”. Pessoas acham que por fazer algo excessivamente para Deus, acham que assim conquistam o amor, a confiança e as bênçãos dEle. Essas pessoas, eu creio, se esqueceram o significado da palavra “graça” que significa “favor imerecido”. Não podemos conquistar o amor de Deus pelas obras; Ele amou o mundo (João 3: 16). Independente do que façamos, Ele nos ama. Independente do que somos, ou de como estamos, Ele nos ama.

O próprio Senhor Jesus, em João 15:15, nos declara o seguinte:

“Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz; Em vez disso, os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido.”

Até hoje, existem irmãos trabalhando como “escravos” dentro das igrejas esperando algo da parte de Deus. Se sentem merecedores de tudo o que Deus tem, por causa de seus serviços prestados. Fazem do SENHOR um grande empresário, esperando dEle um bônus. Temos que ter cuidado com a nossa visão equivocada em relação a nosso Deus! Ele nos chama de amigos e quer que desfrutemos do melhor, assim como um Pai se compadece de seu filho.

3. JULGA A VONTADE DO PAI E DESCONSIDERA O SEU IRMÃO COMO NÃO FOSSE DE SUA FAMÍLIA – LC. 15: 30

No versículo 30, o filho continua falando com o pai o seguinte:

“... Mas quando volta para casa esse teu filho, que esbanjou os teus bens com as prostitutas, matas o novilho gordo para ele!”

Esse é o momento que podemos perceber o ciúme e a inveja do filho mais velho em relação ao pródigo. Ele se sente injustiçado em relação ao tratamento do pai: “O Pai faz isso pra esse curtidor, mas pra mim, ele não faz isso!”... Ele também desconsidera com suas palavras o seu grau de parentesco. O filho mais velho se refere do seu irmão ao seu pai como “esse teu filho”. Mas não eram irmãos?

Essas atitudes de juízes invejosos não tem mudado na igreja atual. Quantos, não já julgaram as pessoas que se convertem e julgam também o que Deus tem concedido e tem realizado nelas. Fica se remoendo por dentro declarando: “Por que Deus tem abençoado esse irmãozinho que mal se converteu e não me abençoa também? Faço mais tempo de convertido que ele. Não entendo o que está acontecendo!”...

O que está acontecendo é que tem alguém que está se colocando no lugar de Deus! Querendo ser juiz do que Deus faz. O filho que estava em casa não estava julgando apenas a atitude do filho pródigo, mas como o pai estava lhe dando com isso, portanto, julgando o pai por ser amoroso, generoso, misericordioso e festivo nesse momento de grande alegria.

O filho pródigo estava ansioso para retornar para casa nem que fosse para ser um dos empregados de seu pai. O filho que estava em casa, porém, se sentia escravo. Pior do que estar perdido longe de casa, é estar perdido dentro da própria casa; portanto, nós, como cristãos antigos, devemos, não nos colocar no lugar de Deus para julgar quem está entrando ou saindo, quem é filho ou não, mas sim, se alegrar no que tem dado alegria a Deus.

Assim como aquele pai que não teve preconceito de receber o seu filho de volta em casa, que tenhamos o coração aberto para receber na casa do Pai a pessoa que for. Afinal, o mesmo sangue que foi derramado por mim, foi derramado por todos.

...Peace!!!