quinta-feira, 28 de maio de 2015

A Convocação Polêmica (Mateus 10:1-4)




“Chamando seus doze discípulos, deu-lhes autoridade para expulsar espíritos imundos e curar todas doenças e enfermidades. Estes são o nome dos doze apóstolos: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o zelote, e Judas Iscariotes, que o traiu.” (Mateus 10:1-4)
Introdução
Grandes empresas coorporativas atualmente ao formar o seu quadro de funcionários eles escolhem baseados em suas habilidades distintas: dinamismo, comunicativo, proativo, fluência em duas, ou três línguas, sabe trabalhar em equipe, etc. Se os mesmos observassem atentamente a convocação de Cristo fez entrariam em um colapso nervoso.
Por incrível que pareça Cristo, ao fazer o Seu convite, Ele não convidou os mais renomados pensadores da época, nem muito menos os religiosos mais devotos daquele contexto. Ele escolheu aqueles que nem nós mesmos pensaríamos em convidar. Chamou aqueles que eram considerado os menores e desprezados daquela sociedade.
O intuito desse estudo é esclarecer que por mais que pareça estranho, Cristo nos chama para sermos dEle e nos convida para uma grande obra.
 
O que veio antes
Ao lermos Mateus 5-7 poderemos ver Cristo apresentando a ética do Reino de Deus que era chegado. Já nos capítulos 8 e 9 veremos o poder e a autoridade resultante desse Reino. Jesus não tinha apenas um belíssimos discurso, mas tinha poder até sobre as doenças! Algo nunca visto naquele momento.
Mas outra fator importante de citar era que Ele se compadecia das pessoas. Jesus não era insensível às necessidades humanas. Ensinar, pregar e curar andavam de mãos dadas: sua autoridade transparecia no que Ele dizia e fazia.
Quando houve a necessidade de pessoas para ajuda-lo Ele declara em Mateus 9:37 e 38 o seguinte:
“A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Peçam, pois, ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para a sua colheita.”
  A partir da necessidade percebida Ele mesmo tomou a iniciativa de formar o Seu grupo de doze pessoas denominado de apóstolos (que quer dizer “enviado”).
Mas se formos observar bem, acharíamos a escolha de Cristo um tanto equivocada e que tudo que ele estava tentando construir teria sérios prejuízos. Ao invés de pessoas renomadas, religiosas e de uma retórica inquestionável, Cristo quis escolher pescadores ignorantes, cobradores de impostos, pessoas incrédulas e até políticos revolucionários para serem Seus representantes.
Gostaria de analisar com vocês alguns desses apóstolos para perceber o quanto seria uma “furada” aos nossos olhos convocar pessoas como eles:
  • Pedro: Apelido dado por Jesus (que significa “Pedra” ou “Rocha”). Mesmo tendo um apelido tão “sólido”, isso não o impediu de ser bastante maleável. Em alguns momentos era colérico, impetuoso e constantemente mudava de opinião. Ex: (Jo. 18:10/ Mt.16:13-26).
  • Tiago e João: Filhos de Zebedeu, ambos eram discípulos de Cristo. De temperamento intempestivo ganharam de Jesus o título de “Boanerges”, que significa “filhos do trovão”.  Certa vez queriam que fogo do céu caísse sobre uma aldeia de Samaritanos por não querer a entrada de Jesus em suas terras. Os mesmos queriam ter posições elevadas no reino de Jesus. Ex: (Mc 3:17/ Lc. 9:54/ Mc 10:37)
  • Mateus: Também chamado de Levi. Motivo de ira tantos judeus estava baseado em seu ofício: publicano. Um judeu que trabalhava para o serviço romano era inadmissível! Cristo o acolheu em seu grupo. (Mateus 9:12).
  • Tomé: Entra para a história como aquele que apenas cria se visse algo palpável. Até hoje ele é conhecido por seu ceticismo
  • Simão, o Zelote: A questão de ter um zelote em seu bando já é questionável.
Podemos até nos perguntar:  esse projeto tinha tudo para dar errado, mas não deu! Porque? Com certeza não vou conseguir responder com tanta propriedade, mas vou dar alguns motivos de tudo ter dado certo.
 
  1. Era Plano de Deus
“Sei que podes fazer todas as coisas; nenhum dos Teus planos pode ser frustrado” (Jó 42:2)
Muitas vezes não compreendemos como funcionam os projetos de Deus. E quando lemos as Escrituras percebemos isso também. Tudo abaixo da terra está debaixo da vontade e da permissão de Deus. Nada escapa de seus olhos e tudo que passamos também tem um propósito, pois “todas as coisas cooperam para o nosso bem” (Rm. 8:28)
Deus é quem sabe o fim muitas vezes antes mesmo de começar; Ele é expert em nos surpreender!

 2. Para que o Reino de Deus se baseasse em Seu poder, não no homem
“Minha graça é suficiente pra você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Coríntios 12:9ª)
Não gostamos muitas vezes de coisas que saem de nosso controle. Queremos muitas vezes ter o controle daquilo que fazemos em nosso dia a dia. O que nos tira da zona de conforto é preocupação e a ansiedade. Cristo nos convida a um caminho onde quem conduz é Ele.
 
3. Antes deles irem, eles aprenderam com Cristo
“Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas” (Mateus 11:28 e 29)
Antes mesmo deles saírem para realizar as obras do Pai, eles tiveram próximos de Cristo e aprenderam com Ele. Tiago, por exemplo, que era conhecido como um dos “filhos do trovão” se tornou o primeiro mártir pela causa do SENHOR (Atos 12:2). A sua paixão pelo evangelho de Cristo era inquestionável.
Pedro também passou por esse processo. Após todo o processo, Pedro acabou sendo o Líder, escritor e pregador de grande audácia. Seu sermão no Dia de Pentecostes resultou na conversão de 3.000 almas. Só que Pedro não chegou a esse nível sozinho, ele aprendeu juntamente com Cristo como deveria agir.
Da mesma forma somos nós...

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